valmir do coco: talento pernambucano revelado pelo maracatu

Valmir Severino João, 33 anos, conhecido popularmente por Valmir do Coco ou Catita Dayana, é um multi-artista pernambucano. A vocação cultural está no sangue. O avô era caboclo de lança, o pai mestre de maracatu e a mãe confeccionava as bandeiras para as apresentações do folguedo. Natural da cidade de Nazaré da Mata, a Capital Estadual do Maracatu, sempre esteve inserido nas sambadas, rodas de coco com os seus irmãos, além de ser animador de quadrilha junina e fazer outros trabalhos com locução. Desse universo mágico da cultura popular surgiu o talento para o cinema.

Aos 8 anos de idade já acompanhava o pai, Antônio Severino João, nos ensaios e sambadas do Maracatu Leão Formoso, da cidade de Paudalho. “O maracatu para mim é uma brincadeira que eu amo. Fui crescendo ali observando o meu pai. Até que surgiu o convite para ser a Catita do maracatu Leão Formoso”, relembra. Ele aceitou o desafio e no domingo de Carnaval participou da brincadeira. O resultado foi o reconhecimento do público.

Em Nazaré da Mata, a primeira agremiação que ele participou foi o Maracatu Leão da Serra, em seguida Leão de Ouro, Cambinda Brasileira, Águia Misteriosa, Leão Nazareno e Leão Africano.

Valmir relembra que foi no maracatu Cambinada Brasileira que surgiu o personagem da “Catita Daiana”, uma homenagem à princesa Dayana, que faleceu vítima de uma acidente de carro na França, em 1997. A partir desse personagem passou a ser reconhecido como “Catita Dayana”. Ele esbanja toda a sua irreverência e criatividade nas evoluções do maracatu. “Para mim é emocionante estar ali a frente puxando o maracatu. Ver as pessoas aplaudindo o nosso trabalho é maravilhoso. É gratificante levar a alegria ao povo”, diz.

COCO- São 25 anos dedicados à cultura popular. Um dos folguedos presentes na sua trajetória é o Coco. “Comecei no Coco de Derval, em Nazaré da Mata. Com o falecimento de Derval e com o incentivo de amigos e familiares resolvemos criar o nosso coco. Era uma época de São João. Junto com os amigos criamos o Coco do Valmir”, relembra.

Com o sucesso alcançado era necessário uma pessoa para compor as músicas das apresentações. Valmir convidou o seu irmão Valdir José Galdino, conhecido por mestre Biô, que com muita criatividade elaborava as cantigas do grupo, que passou a se chamar Valdir do Coco e Mestre Biô. Com o falecimento de Biô, Valmir continuou com a sua irmã, as apresentações e o grupo se tornou o Coco Canavial. O grupo faz apresentação em várias cidades e tem uma trajetória reconhecida. “Para a gente é uma alegria levar essa alegria do Coco para o nosso público”, ressalta.

CINEMA- Em Novembro de 2019, o cinema brasileiro conheceu o ator Valmir Severino João. O longa metragem “Azougue Nazaré” abria-lhe as portas da popularidade nacional, quando aceitou o convite do diretor Thiago Mello para apresentar, o personagem “Catita Dayana”, pelo qual foi premiado no Festival do Rio de Janeiro, entre outras premiações. A desenvoltura com o seu personagem ele atribui ser um dom. Fazendo um resumo do enredo, Valmir destaca que “esse filme trata da religiosidade dentro do maracatu, tradição, mistério e intolerância religiosa”.

Valmir do Coco também integrou o elenco do condecorado longa Bacurau (2019), de Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho, “Carro Rei”, de Renata Pinheiro, entre outras participações no cinema.

Conheça outras informações sobre Valmir do Coco através das redes sociais:

https://www.facebook.com/Coco-de-Roda-Canavial-989354741122158

https://www.instagram.com/valmirdococo/

Trailer filme Azougue Nazaré: : https://www.facebook.com/azouguenazare/videos/2400104450262860